22 abril, 2008

Holocausto em Angola

Muito lentamente começa a ser público o verdadeiro Holocausto que foi a descolonização portuguesa, da qual resultaram milhões de mortos. A última obra a quebrar a censura é Holocausto em Angola – Memórias de entre o Cárcere e o Cemitério, de Américo Cardoso Botelho. Sobre ela e estes Crimes contra a Humanidade escreveu António Barreto no Público: o seu artigo pode ser descarregado em PDF aqui ou lido aqui; e abaixo fica um excerto:
«Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos (...) estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional. Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona. Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato.»

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