23 agosto, 2006

O Sionismo

«O estado de Israel não está 'apenas' a transgredir as leis judaicas ao atacar os seus vizinhos – esse estado pura e simplesmente não devia existir». O autor desta afirmação não é o líder do Hezbollah, nem o presidente do Irão, nem o líder de um grupo neo-nazi: é o rabino judeu Yisroel Weiss, membro do movimento Jews United Against Zionism (Judeus Contra o Sionismo). Em apenas 4 minutos, Weiss desmonta um dos principais pilares da propaganda que nos é bombardeada sempre que vemos uma notícia sobre o Médio Oriente, numa entrevista dada ao canal de televisão norte-americano FOX News no final do mês passado. A entrevista foi conduzida por Neil Cavuto, a tradução é minha:

«Neil Cavuto: Rabino, essas são declarações muito fortes…

Rabino Weiss: Essa é a noção que foi transmitida durante os últimos 100 anos, quando o movimento sionista foi criado. O Sionismo transforma o Judaísmo como espiritualidade, uma religião, em materialismo, com um objectivo nacionalista de obter um pedaço de terra. Todas as autoridades rabínicas afirmaram que isso é a antítese do Judaísmo – expressamente proibido pela Torá porque nós vivemos em exílio por Deus.

Cavuto: Então, os judeus não deviam ter um estado? Não deviam ter um país? Não deviam ter um governo?

Weiss: Nós não devíamos ter um estado. Devíamos viver em todas as nações como cidadãos cumpridores, à semelhança do que fizemos durante dois mil anos, servindo Deus, emulando Deus com compaixão… Ao contrário do que as pessoas acreditam, de que isto é um conflito religioso, nós temos vivido durante centenas de anos no meio de comunidades muçulmanas e árabes sem quaisquer equipas da ONU a inspeccionar violações dos direitos humanos…

Cavuto: Rabino, deixe-me perguntar-lhe isto: a vida para os judeus era melhor antes da criação do estado judeu de Israel?

Weiss: 100% verdade. Nós temos o testemunho da comunidade judia, vivendo em harmonia na Palestina e em outras terras que, juntamente com o grão-rabino de Jerusalém, declararam às Nações Unidas que não desejavam um estado judeu, nós temos esses documentos. Os habitantes muçulmanos, cristãos e judeus foram ignorados na criação do estado de Israel…

Cavuto: Vocês podem não ter tido um país, mas têm sido molestados ou massacrados com o passar dos milénios, particularmente há cinquenta e sessenta anos atrás.

Weiss: Uma coisa é ser-se morto devido ao anti-semitismo, outra é hostilizar e criar o anti-semitismo através do Sionismo… ou, por outras palavras, bater na porta dos vizinhos e gritar anti-semitismo.

Cavuto: Eu sei que você é um judeu ortodoxo, mas o que é que os judeus tradicionais pensam dessa posição?

Weiss: A opinião generalizada dos judeus é que, na verdade, nós não deveríamos ter um estado. Mas, uma vez ele criado, muitos judeus acreditaram na propaganda sionista de que de que existe um ódio enraizado contra eles, e de que os árabes nos querem atirar todos ao oceano. É por isso que os judeus têm tanto receio em devolver a terra…

Cavuto: É algo compreensível, não é? Vocês têm o presidente do Irão a dizer que o Holocausto nunca aconteceu, e que se ele pudesse destruiria Israel e todos os judeus.

Weiss: Isso é redondamente falso. Ele tem uma comunidade judia no Irão e nunca os matou quando teve a oportunidade para tal…

Cavuto: Então, não acredita na sua afirmação de que ele irá tentar matar judeus?

Weiss: Ele pretenderia o desmantelamento do estado político de Israel. Na verdade, nós e um grande grupo de rabinos visitámos o Irão no ano passado, onde fomos recebidos pelos líderes religiosos e pelo vice-presidente – na altura Ahmedinejad [o presidente do Irão] estava na Venezuela –, e todos eles afirmaram inequivocamente que não têm nenhum conflito com os judeus.

Cavuto: Então acha que enquanto Israel existir, nunca haverá paz?

Weiss: Os judeus estão a sofrer, os palestinianos e os libaneses estão a sofrer… nós rezamos pelo desmantelamento rápido e pacífico do estado de Israel.

Cavuto: Rabino, é interessante que não costumamos ouvir esse ponto de vista...»

É verdade que esse ponto de vista não é dado a conhecer. Em Portugal, por exemplo, os jornalistas não se atrevem a tocar no movimento sionista. No entanto, é muito frequente verem-se comentadores políticos a afirmar que todos os que criticam Israel e o Sionismo são anti-semitas e neo-nazis (aos olhos deles, o rabino Yisroel Weiss seria um perigoso cabeça rapada). Outros "opinadores" defendem com unhas e dentes que o Sionismo não tem nenhuma influência na Guerra contra o Terrorismo norte-americana (que esmagou o Afeganistão e o Iraque), no presente ataque ao Líbano e no futuro ataque ao Irão – isso é o mesmo que afirmar que o nacional-socialismo não teve nenhuma influência na Segunda Guerra Mundial.

Para saber mais:
Zionism
Zionism DataPage
Orthodox Jews United Against Zionism
True Torah Jews Against Zionism
Página da Wikipédia sobre o Sionismo, em português

View this post in english - Automatic translation provided by Babel Fish

Etiquetas: , , , , , ,

22 agosto, 2006

Censura Simplex

Tenho de dizer que esta notícia não me surpreendeu nada:
«Governo esconde futuros boys, deixando de publicar no Diário da República os contratos de trabalho para a Administração Pública por considerar não ser obrigado por lei.»
O que me surpreende – pela positiva – são artigos de opinião como este, intitulado Censura Simplex e assinado pelo Subdirector do jornal Correio da Manhã:
«A presunção de inocência deve prevalecer até prova em contrário, mas neste caso a culpa está intrínseca na própria iniciativa. Que Governo, em altura de crise e com tanto por fazer, perderia tempo a asfixiar a obrigatoriedade de publicação dos contratos individuais de trabalho da Administração Pública (oásis dos ‘job for the boys’) no ‘Diário da República’ sem ter um profundo interesse? A medida interessa a todos os partidos (…) Nada melhor do que o sol e os incêndios para queimarem da memória colectiva que Sócrates matou uma das últimas formas de fiscalização pública do poder. (…) As nomeações (mais de 2100 só nos primeiros 11 meses) – algumas verdadeiros atentados ao erário público, como a da assessora a quem o Ministério da Justiça paga 3254€ para tratar da página ‘on-line’ – estavam na ‘net’ a um clique de distância. Demasiado perto para um Governo cada vez mais longe do que os portugueses um dia acreditaram.»
O artigo é disponibilizado no site do jornal, onde se podem ler vários comentários de leitores, como este:
«MUITOS PARABÉNS! Já estava a ficar profundamente desiludida e muito mais indignada, ao pensar que ninguém diria/escreveria um texto que se prezasse acerca do assunto, abordando-o do ponto de vista do Povo. Assim, ler este artigo foi uma alegria para mim. Gostei também muito dos comentários feitos ao texto, já que demonstram que ainda há gente neste país disposta a fazer alguma coisa»
O facto de ainda existirem alguns directores de jornais que, por vezes, desligam a propaganda política e dão voz aos verdadeiros sentimentos do povo português, é um pequeno passo em direcção à verdadeira liberdade de expressão (neste momento apenas os que estão no poder têm voz). E é algo extremamente perigoso para esta triste República e para os seus políticos.

Etiquetas: , , ,

02 agosto, 2006

World Trade Center

Estas são imagens inéditas do novo filme de Oliver Stone, que estreia daqui a uma semana nos EUA (e a 21 de Setembro em Portugal). O que ouvem Nicolas Cage e os seus homens?

(Para visualizar o vídeo é necessário ter instalada a última versão do Macromedia Flash, que pode ser descarregada aqui)

Etiquetas: , ,

01 agosto, 2006

Estado da Nação

Um português vira-se para outro e diz:
- Ouvi dizer que o maior problema de Portugal é a ignorância e a apatia dos seus cidadãos. Acreditas nisso?
- Não sei nem me interessa.

Etiquetas: ,