19 fevereiro, 2008

Solidariedade com os Sérvios do Kosovo

Em 1904 Halford Mackinder demonstrou que o conjunto dos territórios euro-asiáticos constituía o centro de gravidade geopolítico planetário. Essa realidade permanece inalterável e com os dados actuais é possível afirmar essa “eurásia” – o coração do mundo – reúne 2/3 do PIB e da população mundial. Mackinder reconheceu ainda que no “heartland” da eurásia, a Rússia desempenhava um papel central, ficando histórica a sua afirmação de que «quem controla o coração do mundo comanda a ilha do mundo [composta pela Europa, Ásia e África]; quem controla a ilha do mundo comanda o mundo».
Este conceito está na base de inúmeros conflitos que ocorreram durante todo o século XX e contribuiu para o desenvolvimento da geopolítica, tal como das diversas estratégias de poder em confronto.
Uma vez terminado o período soviético abriram-se novas oportunidades para o estabelecimento de alianças entre estados do “rimland” europeu e a Rússia. Todavia o estabelecimento dessas alianças constitui a maior ameaça que enfrenta o império norte-americano que agora manifesta um carácter voraz e hegemónico.
É importante reconhecer que esta é a questão de fundo em toda a problemática balcânica, do leste europeu e até do Médio Oriente. E é ainda importante reconhecer e denunciar os motivos que levam Washington a estimular conflitos que poderiam ter fácil solução num contexto exclusivamente europeu e agora provocam a artificial criação de mais um “estado” islâmico na Europa.
Pobres dos albaneses do Kosovo, carne para canhão do imperialismo norte-americano, que agora festejam a sua inviável independência, traindo o país que os acolheu. Os seus festejos só foram possíveis sobre o sangue vertido pelos cristãos mártires do Kosovo.
Pobres dos políticos europeus, servis à voz do dono americano, que no passado recente sujaram as suas mãos com o sangue inocente da população sérvia. Cabe-lhes a responsabilidade pelas vidas que se irão perder e pelo estabelecimento de um precedente que presidirá ao enterro da União Europeia.
O Kosovo é - e será - território sérvio!

Para ver o que a comunicação social cobardemente esconde:
www.Kosovo.net

Etiquetas: , ,

08 fevereiro, 2008

General alerta para revoltas populares em Portugal

O inevitável aproxima-se.
Este artigo é assinado pelo General Garcia Leandro, director do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, e foi publicado na última edição do jornal Expresso:

«A falta de vergonha

O modo como se tem desenvolvido a vida das grandes empresas, nomeadamente da banca e dos seguros, envolvendo BCP e Banco de Portugal, incluindo as remunerações dos seus administradores e respectivas mordomias, transformou-se num escândalo nacional, criando a repulsa generalizada.

É consensual que o país precisa de grandes reformas e tal esforço deve ser reconhecido a este Governo (mesmo com os erros e exageros que têm acontecido).

Alguém tinha de o fazer e este Governo arregaçou as mangas para algo que já deveria ter ocorrido há muito tempo. Mas não tocou nestes grandes beneficiários que envergonham a democracia, com a agravante de se pedirem sacrifícios à generalidade da população que já vive com muitas dificuldades.

O excesso de benefícios daqueles administradores já levou a que o próprio Presidente da República tivesse sentido a obrigação de intervir publicamente.

Mas tudo continua na mesma; a promiscuidade entre o poder político e o económico é um facto e feito com total despudor.

Uma recente sondagem Gallup a nível mundial, e também em Portugal, mostra a falta de confiança que existe nos responsáveis políticos deste regime.


Tenho 47 anos de serviço ao Estado, nas mais diferentes funções de grande responsabilidade, sei como se pode governar com sentido de serviço público, sem qualquer vantagem pessoal, e sei qual é a minha pensão de aposentação publicada em D.R.

Se sinto a revolta crescente daqueles que comigo contactam, eu próprio começo a sentir que a minha capacidade de resistência psicológica a tanta desvergonha, mantendo sempre uma posição institucional e de confiança no sistema que a III República instaurou, vai enfraquecendo todos os dias.

Já fui convidado para encabeçar um movimento de indignação contra este estado de coisas e tenho resistido.

Mas a explosão social está a chegar. Vão ocorrer movimentos de cidadãos que já não podem aguentar mais o que se passa.

É óbvio que não será pela acção militar que tal acontecerá, não só porque não resolveria o problema mas também porque o enquadramento da UE não o aceitaria; não haverá mais cardeais e generais para resolver este tipo de questões. Isso é um passado enterrado.
Tem de ser o próprio sistema político e social a tomar as medidas correctivas para diminuir os crescentes focos de indignação e revolta.

Os sintomas são iguais aos que aconteceram no final da Monarquia e da I República, sendo bom que os responsáveis não olhem para o lado, já que, quando as grandes explosões sociais acontecem, ninguém sabe como acabam. E as más experiências de Portugal devem ser uma vacina para evitar erros semelhantes na actualidade.

É espantosa a reacção ofendida dos responsáveis políticos quando alguém denuncia a corrupção, sendo evidente que deve ser provada; e se olhassem para dentro dos partidos e começassem a fazer a separação entre o trigo e o joio? Seria um bom princípio!

Corrija-se o que está errado, as mordomias e as injustiças, e a tranquilidade voltará, porque o povo compreende os sacrifícios se forem distribuídos por todos.»

Etiquetas: , ,

04 fevereiro, 2008

Cortes de cabos submarinos: Sabotagem ao Irão?

Desde o dia 29 de Janeiro que vários cabos submarinos de telecomunicações têm sido cortados em locais desde a costa de França ao Golfo Pérsico, alguns no espaço de poucas horas, afectando principalmente as comunicações para regiões da Ásia e do Médio Oriente:
«Um quarto corte de um cabo submarino de telecomunicações, ligando desta vez Qatar aos Emirados Árabes Unidos, foi assinalado domingo, quando as perturbações das telecomunicações em toda a região prometem durar vários dias.

Três outros cortes do mesmo género verificaram-se desde quarta-feira em cabos submarinos de telecomunicações no Leste do mar Mediterrâneo e no Golfo, provocando perturbações importantes nos serviços Internet e nas ligações telefónicas internacionais, nos países do Golfo, no Egipto e também na Índia.»
A comunicação social sugeriu que os cortes terão sido provocados por âncoras de navios (!), mas o governo egípcio já desmentiu essa hipótese.

Curiosamente, o país mais afectado por estes cortes de comunicações é o Irão:Por coincidência (ou não), este é precisamente o período previsto para a abertura da polémica Bolsa de Petróleo do Irão, na qual se irá comercializar petróleo em várias moedas que não o dólar (maioritariamente em euros), e que fará os EUA perderem biliões de dólares. É de leitura obrigatória este artigo traduzido para português pelo Resistir.info:
A Bolsa de Petróleo do Irão ameaça o dólar

Muitos se lembrarão que o corte de cabos submarinos foram, em vários momentos da História, o prelúdio para guerras:
England's first offensive action in World War I
Operation Ivy Bells, Sea of Okhotsk, Russia, 1970s-1981

Etiquetas: , ,

01 fevereiro, 2008

Giuliani fora da corrida

Tal como era mais que previsível, o republicano Rudolph Giuliani saiu da corrida para a presidência dos EUA. A América perdeu assim um dos poucos candidatos que poderia assumir simultaneamente a posição de Presidente e de Primeira Dama (e outras posições também). Uma capacidade comprovada por este vídeo, no qual se podem ver as relações perigosas (e íntimas) entre o ex-mayor de Nova Iorque e os poderosos da comunicação social (Donald Trump).

Etiquetas: , ,