01 maio, 2008

«Portugueses desejam reformas profundas ou mesmo radicais»

Cavaco Silva encomendou à Universidade Católica Portuguesa um estudo sobre a atitude dos jovens portugueses face à política, que referiu no parlamento durante as comemorações do 25 de Abril. Estas são algumas das principais conclusões desse estudo:
«1. Quer de um ponto de vista quer absoluto quer comparativo, é notória a insatisfação dos portugueses com o funcionamento da democracia, assim como a existência de atitudes favoráveis a reformas profundas ou mesmo radicais na sociedade portuguesa. (...)

2. De um ponto de vista quer absoluto quer comparativo, os portugueses evidenciam atitudes de baixo envolvimento com a política. (...)

4. Exceptuando o voto, a população portuguesa tende a ser céptica em relação à eficácia da participação política dita “convencional”, i.e, aquela que se dá através dos partidos e orientada para o processo eleitoral, em comparação com outras formas de participação. (...)

7. Os portugueses são claramente favoráveis a medidas que aumentem a presença de mulheres na vida política, criem novos mecanismos de participação, personalizem o sistema eleitoral e introduzam mecanismos de democracia directa ou semidirecta. Esse apoio é mais intenso que no caso espanhol, traduzindo, eventualmente, a maior insatisfação dos portugueses com o funcionamento actual da sua democracia. Os jovens não se distinguem particularmente dos mais velhos a este nível, a não ser ao revelaram-se mais apoiantes da democracia directa.

8. O posicionamento ideológico dos jovens tende a estar mais à direita do que a generalidade da população, mas aquilo que mais claramente os distingue é o facto de percepcionarem menor utilidade das categorias “esquerda” e “direita” na compreensão da vida política. Este maior “desalinhamento” ideológico também se reflecte num maior desalinhamento partidário.»
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