02 junho, 2008

De Ferreira é o Leite...

Antes que alguém comece a ganhar esperanças com a Dra., seguem abaixo alguns excertos de uma entrevista realizada pelo Jornal de Notícias a Luís Filipe Menezes e publicada a 18 de Maio. Entrevista essa que, curiosamente, passou completamente despercebida no resto da comunicação social e já foi apagada do site do JN - neste momento pode apenas ser vista em PDF aqui.
«Luís Filipe Menezes: Até há quem, da minha direcção, apoie Manuela Ferreira Leite – uma pessoa que era, por exemplo, contra o inquérito ao Banco de Portugal sobre o BCP... (...) Houve pessoas que me prometeram apoios e protecção se não avançasse com o inquérito, que era muito perigoso – porque ia colocar em causa algumas off-shores de algumas personalidades. Eu não cedi a essas pressões. (...)
Jornal de Notícias: Mas é uma acusação política, a que está a fazer.
LFM: É, em larga medida eu toquei nos interesses instalados. (...)
JN: Essas pessoas são as que Manuela Ferreira Leite representa nesta campanha interna?
LFM: Inequivocamente.
JN: Já se percebeu que exclui uma das candidaturas, a de Manuela Ferreira Leite...
LFM: A minha isenção tem limites. Como é que eu podia ser condescendente com uma candidatura que tem como porta-vozes pessoas que disseram que eu tinha que ser tirado do PSD à bomba? (...) Eu não tenho nada de pessoal contra Manuela Ferreira Leite. Mas tivemos três anos de política económica que erigiram o défice como prioridade – isoladamente acho que era uma má prioridade – e o que concluímos é que foi um falhanço. Resultou em quase 7% de défice. E não venham dizer que foram Bagão Félix e Santana Lopes os responsáveis! (...) Nem que ele pegasse, nesses seis meses, nas notas e deitasse pelas janelas. Aquilo com que Santana Lopes levou em cima foi com os resultados dessa política.
(...)
Quando cheguei à liderança, o PSD era um partido sem quadros políticos para promover ideias, era um partido falido, com um passivo de cerca de 15 milhões de euros... (...) Por outro lado, era um partido sem capacidade de mobilização e que há mais de uma década não tinha produção programática. Ou seja, não tinha ideias para a governação. Em seis meses, tudo isso mudou. Criámos mais de uma dezena de grupos de trabalho para produzir ideias. Comigo, o partido iria passar, dentro de umas semanas, para uma nova sede na Avenida da Liberdade – agora já o posso dizer. Um espaço aberto aos cidadãos, que permitiria abandonar o “bunker” da Lapa.»

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